quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Moda Lolita

                Baseadas principalmente na forma de crianças se vestirem na época vitoriana da Europa, pra quem já entrou de cabeça no mundo otaku, com certeza já ouviu falar (e muito) das lolitas. Um estilo onde saias, meias 3/4, babados, anáguas, chapéus, sombrinhas e laços nunca são um exagero, muitas otomes se encantam cada vez mais pelas diversas formas de se expressar por meio de um vestido rodado e rendinhas coloridas.

                Como um bom estilo, a Lolita também se divide em subcategorias, e é isso o que eu mais gosto do estilo, a versatilidade dele, podemos usar os babados cor de rosa e as meias pretas rasgadas sem sair do estilo.
Sweet Lolita: Sweet, do inglês "doce", é o estilo dito "fofo", que usa cores como tons em rosa, tons pastéis e às vezes marrom ou preto. Sempre com motivos fofos, é o estilo que mais procura a inspiração na infância, com suas estampas de doces e animais.



Classical Lolita: O estilo clássico, que remete às modas vitoriana e rococó originais. As cores utilizadas são tons envelhecidos. O marrom e rosa chá são comuns, e os motivos mais populares são as estampas florais.

  
Gothic Lolita: É a mistura do "gótico" com a moda lolita, onde dominan os tons sombrios e cores mais neutras.




Country Lolita: É um estilo mais "fresco" e modesto (como a Dorothy, de O mágico de Óz) traz chapéus e bolsas de palha com rendas e laços, estampas e motivos florais, de frutas ou um xadrez delicado.


Wa Lolita: É baseado na combição entre acessórios japoneses e a roupa tradicional com a moda Lolita, onde as mangas dos vestidos e a gola transpassada lembram os kimonos e contrastam com a saia volumosa.


Qi Lolita: Tem praticamente o mesmo conceito de Wa Lolita, com a diferença de que os acessórios e vestidos são inspirados na vestimenta tradicional chinesa. Ambos são comumente usados em eventos, não diariamente.


Shiro e Kuro Lolita: É composta apenas de branco (shiro) ou apenas de preto (Kuro)


Punk Lolita: Mistura da moda punk com a moda lolita. São bastante utilizadas sobreposições, xadrez e listras. Os acessórios mais comuns incluem caveiras e talvez spikes.


Guro Lolita: Termo japonês que corresponde à grotesque lolita. É uma lolita que usa bandagens, sangue falso e afins.


Ero Lolita: Ero é a abreviação de erótico, um termo muito controverso na moda Lolita. Apesar do nome, um outfit Ero Lolita não é composto apenas de lingerie ou saias curtíssimas, já que as regras Lolita estão acima de qualquer inspiração. Corsets podem ser usados, mas sempre com uma blusa por baixo, e também os decotes são um pouco maiores.


Deco Lolita: Uma mistura do estilo Decora com o Lolita. Usa-se muitos acessórios variados e coloridos como prendedores de cabelo, laços enormes na cabeça, perucas e estampas coloridas.


Casual Lolita: É a lolita que se usa mais num dia a dia, algo um pouco mais simples.


Quando o assunto é Lolita, exagerar nos detalhes não tem como discutir, pra uma Lolita estar legal, o mais importante são os detalhes, as unhas com pingentes, os sapatos coloridos e os assessórios dão um toque final no estilo.


Por: Ana Carolina

Animes

Anime ou animê, cuja tradução é literalmente "desenho(s) animado(s)" é qualquer animação produzida no Japão. A palavra anime tem significados diferentes para os japoneses e para os ocidentais. Para os japoneses, anime é tudo o que seja animação, seja ele estrangeiro ou nacional. Para os ocidentais, anime é toda a animação que venha do Japão. A origem da palavra é controversa, podendo vir da palavra inglesa animation ("animação") ou da palavra francesa animée ("animado"). 

Uma boa parte dos animes possui sua versão em mangá, os quadrinhos japoneses. Os animes e os mangás se destacam principalmente por seus olhos geralmente muito grandes, muito bem definidos, redondos ou rasgados, cheios de brilho e muitas vezes com cores chamativas, para que, desta forma, possam conferir mais emoção aos seus personagens. Animes podem ter o formato de séries para a televisão, filmes, live-action ou OVAs.

História

Na época da segunda guerra, muitos artistas japoneses tiveram contato com a cultura ocidental, e principalmente americana, onde conheceram os quadrinhos e desenhos animados. O início das variações deste no Japão se deram principalmente com Osamu Tezuka, Shotaro Ishinomori e Leiji Matsumoto, mangakas consagrados como pioneiros. 

Tezuka é autor dos primeiros mangás, que até hoje são mundialmente conhecidos, como Astro Boy, Kimba - o leão brancoA Princesa e o Cavaleiro, Black Jack. Tezuka era um ídolo no Japão e sua popularidade lhe proporcionou recursos para investir em sua própria produtora, a Mushi Productions.


Depois disso o mercado foi crescendo e se expandindo, conquistando fãs de todo o mundo.

Classificações de animes

shoujo: são voltados para um público feminino jovem. Exemplo: Vampire Knight.



magical girl: mahô shôjo ou mahou shoujo, caracterizados por garotas com poderes mágicos. Exemplo: Sailor Moon.

shounen: são voltados para um público masculino jovem. Exemplo: Naruto.



seinen: animes voltados para adultos e adolescentes masculinos. Exemplo: Berserk

josei: animes voltados para adultos e adolescentes femininos. Exemplo: Honey e Clover.

kodomo: japonês para "criança", são voltados para crianças menores. Exemplo: Hamtaro.



mecha: animes caracterizados por robôs gigantes. Exemplo: Bokurano.


ecchi: japonês para "indecente". O nome origina-se da leitura da letra H em inglês. Contém humor sexual bem moderado. Exemplo: Highschool Of The Dead.




hentai: japonês para "anormal" ou "pervertido", usado para descrever animes pornográficos. No entanto, no Japão os termos usados são Poruno ou Ero. 
Outros com proximidade de hentai são: kemono (animais), futanari (hermafroditas), loli-con (crianças - raparigas), shota-con (crianças - rapazes), yaoi (homossexual - homens), yuri (homossexual - mulheres).

shounen-ai: romance entre personagens masculinos. Exemplo: Princess Princess

shoujo-ai: romance entre personagens femininos. Exemplo: Aoi Hana

Fãs 

Os fãs de anime e mangás são popularmente chamados de Otaku. Otaku é um termo usado no Japão e outros países para designar um fã por um determinado assunto, que na maioria das vezes são fã de animes e mangás. No ocidente, a palavra é utilizada como uma gíria para rotular fãs de animes e mangás em geral, em uma clara mudança de sentido em relação ao idioma de origem do termo. Muitos membros da comunidade acham o termo ofensivo por não concordarem com a distorção de sentido do mesmo e se recusam a ser chamados assim.

A comunidade Otaku, que costuma atribuir significados próprios adaptados do original no japonês, adotou o termo Otome para definir as fãs femininas. Na verdade, Otaku, como a maioria das palavras japonesas, não tem variação de gênero e é "unissex", podendo ser usado para definir fãs do sexo masculino e feminino, e Otome quer dizer donzela, mulher inocente. Mas como o número de mulheres otaku nos primórdios era muito reduzido, foi criado o termo para as tais.

O termo Otome surge como referência a um local de Tokyo, onde as primeiras Otakus começaram a se reunir para partilhar seus gostos, descobertas com as conterrâneas. No local havia uma livraria que vendia mangás e produtos voltados para o público feminino, o que começou a reunir essas fãs no local, fazendo atrair outras lojas com produtos relacionados. O local onde as meninas se reuniam começou a ser chamado de Otome Road, Rua da Otome (Mulher virgem, inocente). O nome foi criado pela revista Pafu, uma revista feminina sobre animes.

O interesse das fãs de anime femininas crescia para os gêneros boys love, chamado pelos fãs ocidentais de yaoi. As fãs mais radicais desse tipo de mangá e anime foram denominadas fujoshi.

Entre outros termos comuns no meio Otaku é o Cosplay. Cosplay é abreviação de costume play que pode traduzir-se por "representação de personagem a caráter", "disfarce" ou "fantasia" e tem sido utilizado para referir-se a atividade lúdica praticada principalmente (porém não exclusivamente) por jovens e que consiste em disfarçar-se ou fantasiar-se de algum personagem real ou ficcional, concreto ou abstrato, como, por exemplo, animes, mangás, comics, videojogos ou ainda de grupos musicais — acompanhado da tentativa de interpretá-los na medida do possível. Os participantes (ou jogadores) dessa atividade chamam-se, por isso, cosplayers.




Alguns animes que gosto

Victor: One Piece, Bleach, Dragon ball, Hellsing.
Jéssica: Soul Eater, Death Note, Mirai Nikki, Dragon Ball, Another, Pokemon, Bleach, Ano ni Mita Hana no Namae wo Bokutachi wa mada Shiranai,Fullmetal Alchemist, Ao no Exorcist, Fairy Tail.

Por: Victor Hugo
*Participação da jejé

Culinária Japonesa

O Japão tem uma peculiaridade bem grande no que diz respeito a sua culinária e mesmo que se você pensar bem a maioria das coisas sejam bem exóticas é incontestável que é umas das “cozinhas” mais famosas do mundo.


Vamos começar pelo mais famoso deles, o sushi que pra mim é sem duvidas é comida de preguiçoso. Pelo amor de Deus o que que custa colocar um tempero no salmão e depois colocar ele na panela, grelha sei lá?  Mas enfim, esse peixe cru com um arroz grudento em baixo conseguiu fazer sucesso e cair no gosto das pessoas. 



Temos também o tofu, que é basicamente um queijo feito de soja (qual o problema com as vacas hein?), mesmo tendo origem chinesa, faz parte do cotidiano dos japoneses. Já que tocamos no assunto, quando falamos em culinária japonesa podemos sem duvidas dar um destaque a soja.


Falando em carnes, vamos abrir espaço pros caranguejos, se você ainda ano sabe do que estou falando, é de Kani. Bem, eu disse caranguejo porque apesar de ser feito com carne de peixe, o sabor imita a carne de caranguejo.

 











Agora vamos a um dos poucos pratos que me atrai e que eu realmente gostaria de provar, o Ramen ou lamen, que é tipo a evolução do miojo. É formado por macarrão, carne pode ser de porco ou peixe (viu ainda não é vaca), e ervas e/ou legumes, tudo isso mergulhado em um caldo pode ser de Sal ou Shio-Ramen, molho de soja ou Shoyu-Ramen e pasta de soja ou Misso-Ramen.



Pra terminar vamos falar um pouquinho de doces. O wagashi, isto é, basicamente um confeito japonês é feito de arroz (novidade!) ou farinha do trigo, feijão azuki e ágar-ágar

O sakura-mochi é um bolinho feito de arroz (vou nem falar nada) recheado de doce de feijão e embrulhado em flores de cerejeira (daí o termo “sakura” que significa flor de cerejeira).


Um dos mais conhecidos, o rolinho primavera ou mais corretamente harumaki é de origem chinesa, contudo foi trazido ao Brasil pelos japoneses. Se você não sabe do que é feito, bem a massa pode ser de (arroz! Não dessa vez) farinha de trigo e dentro vários legumes (podendo ter carne de porco o que o retira da classificação de doce mas enfim) principalmente repolho e cebola, mas também tem cenoura, pimenta e as vezes ate brócolis.


Então com o fim desse artigo, vamos ver se agora você vai ser capaz de diferenciar comida chinesa de japonesa, e na minha opinião a comida japonesa é bem atrativa com respeito a aparência porque o gosto pelo menos da maioria delas não me atrai muito, já com respeito a área nutricional, essas comidas fazem muito bem, principalmente peixe e soja, como já ditos possuem um papel de destaque na culinária desse grande país que é o Japão. 

Por: Lucas Pedrosa

...Mas com "reply" da Jejé =D

Antes que todos absorvam a ideia de que sushi é comida de preguiçoso, senta que lá vem a história.


A forma tradicional do sushi é peixe fermentado e arroz, conservados com sal, em um processo que veio do Sudeste Asiático. A ciência por trás da fermentação do peixe embalado no arroz é que o vinagre produzido a partir da fermentação do arroz quebra a proteína do peixe em aminoácidos. Isso resulta em um dos cinco paladares básicos, chamado umami em japonês.

A versão contemporânea, internacionalmente conhecida apenas por sushi, foi desenvolvida por Hanaya Yohei no final da era Edo. Essa técnica era uma forma primitiva de fast-food que não era fermentada, pois era preparada rapidamente, e que podia ser comida em bancas armadas na rua ou em teatros. 

Eu poderia dizer que sushi é (quase) uma comida de preguiçoso que exige destreza na preparação u.u. 

Como foi mais ou menos a origem do fast-food no Japão, era a comida mais rápida e fácil de se preparar pra comer, basicamente porque a matéria prima base eles podiam obter facilmente. O arroz, peixe, temperos a base de soja, que o senhor Pedrosa tanto reclamou, existiam em abundancia na ilha, que por sinal, ilhas asiáticas não terem vacas na época de surgimento dos pratos é uma condição ultra normal =).

E pra que você não perca todos seus dedos, existe um treinamento especial para ser um sushiman. Apesar de ser uma fast-food, não é algo que seja simples de fazer em casa. Isso justifica um pouco o sucesso dos restaurantes japoneses. Você tem que encomendar a comida, ou ir até lá.




E, falando em fast-food japonesa, não se pode esquecer dos bentô (ou obentô). Bento são as marmitas japonesas que as crianças (ou não) costumam levar para a escola (ou não, rs). 


Os bento surgiram como uma forma de incentivar as crianças a terem uma alimentação saudável, mas acabaram também ficando populares entre os adultos.

Conhecida por sua riqueza em cores e variedades  de alimentos, é uma refeição preparada com muito carinho, econômica e além de tudo saudável. As donas de casa que preparam bons bentôs são muito valorizadas no Japão.





Tem também um doce que é bem popular entre os fãs de anime e cultura oriental, que é o Pocky. Consiste num biscoito comprido enrolado em chocolate ou outro sabor.



A mágica que a comida japonesa tem de fazer a comida parecer gostosa pela aparência... Deu vontade de provar de tudo, mesmo sabendo do que é feito =P

Mata ne, min'na-san.
Por: Jéssica


Samurais


Faca tanto

imagem de um seppuku
Samurais eram como soldados da aristocracia do japão entre 1100 e 1867. Os samurais existiram por quase 8 séculos, eles ocupavam o mais alto status social no tempo do Xogunato (antigo governo militar), eles eram treinados desde pequenos para seguir o Bushido (caminho do Guerreiro em japonês . Todo samurai era muito rígido moralmente e tinha muita honra, mas caso seu nome fosse desonrado o samurai executaria um seppuku, um suicídio honrado onde o samurai usa uma tanto (faca) e a enfia no estômago e a puxa para cima eviscerando-o causando lhe uma morte dolorosa e honrosa. Inicialmente os samurais eram cobradores de impostos e servidores civis do Império japonês. Até o xogunato dos Tokugawa qualquer cidadão japonês homem que quisesse ser um samurai deveria ao Kobudo (arte marcial dos samurais) manter uma boa reputação e ser habilidoso o suficiente para ser contratado por um senhor feudal. A partir do xogunato dos Tokugawa o título de samurai era passado de pai para filho.

O mais famoso dos samurais foi Miyamoto Musashi um guerreiro que participou da batalha de Sekigahara, que ocorreu em 21 de outubro 1600 que abriu caminho para a ascensão do shogun Tokugawa Ieyasu, ele derrotou os Yoshioka em Edo, atual Tóquio, e venceu outro famoso samurai chamado Sasaki Kogiō.


Armadura dos samurais

Uma típica armadura de samurai era composta de diverso detalhes importantes, sofrendo diferenças de acordo com o período histórico e com o clã que o samurai pertencia.
Nomes de partes da armadura e armas com suas definições.

Suneate: Duas lâminas verticais presas na canela por juntas ou correntes
Haidate: Protetor de coxas, com a parte inferior sobreposta de lâminas de metal ou couro
Yugate: Luvas feitas de couro
Kotê: São as mangas que protegiam os antebraços e punhos, poderiam ser feitas de diversos materiais, como tecido, couro ou lâminas de metal.
Dô: Protetor para o abdômen.
Kusazuri: Um tipo de saia feita de lâminas de metal presas a um cinto de couro e amarradas no , servia para proteger o quadril e as coxas.
Uwa-obi: Cinto feito de linho e algodão que amarrava o Dô.
Sode: Protetor de ombros feito de lâminas de metal.
Hoate: Máscara que variavam muito de modelo, conforme o período.
Kabuto: Capacete, que também variavam muito de modelo, conforme o período. Simbolizavam o poder e status do samurai.
Horo: Capa, feita de seda utilizada como aparador de flechas, também levava consigo o desenho do clã o qual o samurai participava.

Dia dos Samurais

Os samurais foram tão importantes que em São Paulo existe o dia dos samurais, dia 24 de abril, a data foi escolhida pelo autor do projeto em homenagem ao aniversário do Sensei Jorge Kishikawa, a título de reconhecimento por seu trabalho na difusão das artes samurais tradicionais no Brasil.

Samurais na sociedade japonesa

A Sociedade Japonesa, durante o período do xogunato, abaixo dos nobres, dos senhores feudais e dos grandes líderes militares, dividia-se em 4 classes principais: samurais, lavradores, artesãos e mercadores. Os samurais, a classe dos guerreiros, que compreendia cerca de 3 a 8 por cento do total da população, destacava-se como casta por poder portar armas legalmente, as quais eram proibidas ás outras pessoas; a eles, samurais, quais cabiam a responsabilidade de manter a ordem.

Os samurais tinham privilégios, como o livre direito de ação; diante deles, em certas ocasiões, as pessoas das classes mais baixas deviam lhes reverenciar, como ato de respeito. Por lei, um direito chamado kirisute gomen dava a um samurai o poder de eliminar com sua espada qualquer um das castas mais baixas que não o respeitasse. Os samurais, como casta, terminaram com a extinção do feudalismo.

Sem ter a quem servir, entraram na luta contra o império, numa série de revoltas iniciadas em 1870, que foram abafadas pelo exército imperial. Os sobreviventes das revoltas, homens com séculos de orgulho, honra e cultura guerreira, se degradaram e terminaram seus dias com bandoleiros ou mendigos.

Por: Fellipe

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Bullying no Japão - Ijime


Numa visita rápida ao blog Real Nerd tive contato com algumas informações sobre o Ijime, que seria o equivalente do bullying no Japão. A primeira vez que li sobre, foi quando vi um depoimento e relato pessoal de uma menina brasileira que sofreu ao estudar lá, numa rede social. Os apelidos e ameaças, e até agressões físicas brasileiras, em nada se equiparam ao bullying japonês. 




O Ijime não é um simples bullying, é uma total perseguição. Não bastasse as agressões verbais, apelidos pejorativos e ameaças, os alunos japoneses não perdem a oportunidade de atrapalhar a vida do outro, seja rabiscando seus livros e material escolar, escondendo os sapatos (que não costumam ser usados dentro de ambientes fechados nos hábitos japoneses), trancando no banheiro, jogando água na porta, e até partindo para agressão física de forma mais séria. E para começar, basta um "incentivo" de um adulto, e logo eles acham que por esse motivo o que fazem é certo.




“O ijime, como é conhecida a prática no país, é cultural e institucionalizada. 'Faz parte da sociedade judiar dos mais novos e esse hábito começa na escola, onde os professores são os principais personagens'. Lá, o bullying começa sempre pelos adultos, que acabam contagiando as crianças. Os adultos são sempre os primeiros a judiarem de alguém, sendo seguidos posteriormente, por outros jovens, que se sentem 'autorizados' a repeti-los. Por essa razão, o ijime vai se perpetuando.” 

“'É como se os adultos,  principalmente professores (de todas as matérias), tivessem o DIREITO de maltratar os jovens, aplicando castigos para impor respeito e mostrar autoridade', diz ela.  Como esse hábito é institucionalizado, muitos passam a achar que os maus tratos são normais e, por isso, ninguém se posiciona. Até os pais aceitam que seus filhos sejam castigados física e psicologicamente, simplesmente porque eles também passaram por isso em maior ou menor grau.” Afirma o blog.

A prática é aplicada principalmente a alunos estrangeiros, descendentes ou não de japoneses, destruindo os sonhos de quem espera estudar um dia num colégio do Japão. Mas o Ijime também é feito com qualquer outro fora do padrão. Você é discriminado por ser diferente.

Para resolver este problema, as famílias brasileiras no Japão costumam colocar seus filhos em colégios especiais para brasileiros, onde eles tem a oportunidade de estudar além do japonês o português, e as chances de ocorrer o Ijime são muito baixas. Como a prática é encontrada também entre os adultos, é comum também a formação de comunidades, vizinhanças brasileiras, para melhor convívio na terra do sol nascente.

Mais um problema crescente na sociedade japonesa é o alto índice de suicídio, que tem bases culturais no Seppuku (ritual suicida chamado popularmente de Harakiri). As bases culturais tornam o suicídio mais aceitável e inclusive comum como forma de se livrar da dor e perda da honra.

“No  país, invejável por seu crescimento e tecnologia, uma pessoa se suicida a cada 15 minutos. E embora não se admita, o ijime tem uma grande parcela de culpa nisso.” 

O Japão tem buscado cada vez mais combater o Ijime, pois a evasão escolar e suicídios representam grande perda para o país. 

Os casos de evasão escolar estão bem presentes nos animes, séries e produtos de entretenimento no Japão, onde alunos chegam a se afastar por meses dos estudos. E isso é retratado nesses produtos porque é extremamente frequente no Japão. Até a princesa já sofreu com esse problema.

O Ijime aparece também em Hana Yori Dango, um dorama (novela japonesa), e um mangá (que virou anime e dorama) chamado Life.


Para finalizar, gostaria de deixar uma opinião. A cultura, que é responsável pelo grande desenvolvimento pessoal e social do Japão, um país limpo, onde não se joga lixo no chão, preza-se pelo silêncio nas ruas e a educação de casa pelo respeito desde um simples ojigi (cumprimento em que se curva o corpo em reverência) ou itadakimasu (uma expressão dita antes de comer, equivalente a um agradecimento pela refeição), paradoxalmente é responsável pela discriminação no Ijime e base de suicídios. Creio que isso se dá em função das várias interpretações possíveis acerca de costumes. Se o problema surgiu na cultura, creio que é na cultura que está a solução. As autoridades japonesas devem procurar uma forma de restaurar as boas interpretações da cultura, que trazem prosperidade ao país, de forma que o Ijime seja suprimido.

É isso.

Mata ne.
Por: Jéssica